Quais são os tipos de tons de pele? Saiba tudo sobre!
Já parou pra pensar em quantos tons de pele existem por aí? Só no Brasil esse espectro de tonalidades é gigantesco, principalmente por causa de toda a diversidade racial que existe aqui. Felizmente esse papo está crescendo cada vez mais, o que pode ajudar muita gente a se entender melhor em frente a sociedade - até como cuidar melhor da sua pele. Também temos há algum tempo escalas usadas por dermatologistas que ajudam a identificar os fototipos conforme genética e comportamento de cada pele quando exposta à luz solar. Tudo isso também ajudar na rotina de cuidados e até na hora de escolher tons de maquiagem.
Por isso, hoje vamos falar de tom de pele, colorismo e rotinas de cuidado que podem ajudar você a dar o boost no skincare. Segue aqui pra ficar por dentro!
O que são os tons de pele?
Os tons de pele, ou fototipos, são variações de pigmentação que a camada mais superficial da pele — a epiderme — pode apresentar. Essa tonalidade é definida, primeiramente, pela predisposição genética que o seu corpo herdou dos seus pais pra produzir melanina, sendo que quanto maior a quantidade produzida, mais escura a pele tende a ser.
E essa cor de pele com a qual nascemos não é fixa, viu? Isso porque a melanina é uma proteína que reage de forma protetora quando exposta aos raios UV, aumentando sua produção e deixando a epiderme com uma tonalidade mais escura que a natural. Por isso, quem tem a predisposição pra produzir mais dessa proteína tem muito mais facilidade de se bronzear, por exemplo.
Vale lembrar que os fototipos são diferentes da classificação dos tipos de pele (secas, oleosas, mistas e equilibradas), já que enquanto um fala cor, o outro se refere à textura que ela pode apresentar naturalmente. Mas é legal se ligar nos dois pontos, já que eles se complementam e podem te ajudar a encontrar cuidados ainda mais adequados pras necessidades do seu corpo!
Qual a diferença entre tom e subtom da pele?
Diferente do tom de pele que se apresente mais nitidamente, o subtom é a chamada “cor de fundo” que toda pele tem e que se manifesta quando nos expomos ao sol ou quando usamos determinadas cores de roupa e maquiagem, o que faz ele ser um sucesso no mundo da coloração pessoal. Esse subtom é basicamente dividido em quatro tipos principais:
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subtom frio: apresenta menos pigmentação, tem um aspecto mais azulado e fica bem vermelha quando exposta ao sol;
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subtom neutro: é a mistura entre os subtons frio e quente e apresenta baixíssimo contraste se exposta à luz solar;
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subtom quente: possui bastante pigmentação e tende a ficar naturalmente amarelada/dourada sob o sol;
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subtom oliva: mistura dos pigmentos azul e amarelo que resultam numa pele naturalmente esverdeada — daí vem o nome.
Quais são os tipos de cor de pele?
Pra começarmos a falar sobre tons de pele, resolvi trazer primeiro uma das escalas mais famosas e mais usadas mundialmente: a Fitzpatrick. Como ela foi criada na década de 70, ela pode ser considerada bastante desatualizada quando colocada de frente com a diversidade de tons de pele que existem por aí. Mas, ela ainda é a preferida de grande parte dos dermatologistas, inclusive da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) [1] e por isso é tão importante darmos uma olhadinha nela antes de mais nada. Essa classificação divide os tipos de tons da epiderme em 6 principais:
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Tipo 1 (extremamente branca): incapaz de se bronzear e super sensível aos raios UV, normalmente apresenta sardas e a pessoa que tem ela também pode ter cabelos e olhos claros;
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Tipo 2 (branca): também sensível ao sol, mas com uma leve capacidade de se bronzear. Quem tem ela pode ter cabelos e olhos claros ou castanhos;
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Tipo 3 (morena clara): pega bronze com facilidade, mas também se queima facilmente se não receber uma alta proteção;
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Tipo 4 (morena média): um tom castanho-claro que se bronzeia bem facilmente, além de ser mais resistente à radiação ultravioleta;
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Tipo 5 (morena escura): também conhecida como negra clara, ela tem baixa sensibilidade/capacidade de sofrer queimaduras e se bronzeia com muita facilidade;
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Tipo 6 (negra): bastante pigmentação e alta produção de melanina, com baixíssima sensibilidade aos raios UV.
Ah, não esqueça independentemente do seu tom de pele, ela precisa de proteção contra os raios de sol. Não é porque a pele é menos sensível aos raios UV que ela não sofre danos; por isso, nada de sair por aí sem fotoproteção, tá bem? Aliás, aproveita pra saber mais sobre o assunto no meu post sobre cuidados no verão, com dicas super valiosas pro seu corpo!
Colorismo e os tipos de tons de pele
Já que a gente tá falando sobre os tons de pele e as diversas variações que cada um deles têm, acho muito válido entrarmos num papo sobre o colorismo.
Esse termo surgiu lá na década de 80 quando foi usado pela escritora Alice Walker no seu livro “If the Present Looks Like the Past, What Does the Future Look Like?', traduzindo : “Se o presente se parece com o passado, como será o futuro?”. Ele foi criado pra diferenciar os tons de pele negra do mais claro até o retinto, mostrando como diferentes tons de pele determinam diferentes tratamentos sociais, mostrando como uma pessoa de pele preta mais clara é mais 'aceita' dentro da sociedade, enquanto as de peles mais retintas estão mais propensas a sofrer com o racismo.
Nossa sociedade ainda é muito eurocêntrica e tem seu 'ideal de beleza' fixado no branco. Por isso, o meio social cria a falsa sensação de aceitar pessoas negras quando, na verdade, só tolera aquelas com a pele mais clara e próxima à branca, muitas vezes até anulando os demais traços físicos que acompanham as peles mais escuras.
É aqui também que termos como 'moreno' e 'café com leite' são usados pra se referir a pessoas pardas ou negras de tom claro, camuflando suas etnias e tonando a sua inserção na sociedade bem mais 'fácil', além de tornar a própria identificação dessas pessoas como pretas muito difícil.
Outro problema desse termo surge dentro da própria comunidade negra e se relaciona muito com esse 'passe livre' que as peles mais claras têm na sociedade. Essa maior aceitação gera uma rivalidade dentro dessa comunidade, já que estampa ainda mais o racismo que ainda existe na nossa sociedade. Por isso é tão complexo falar sobre tons de pele, já que esse assunto esbarra com pautas sociais e raciais tão importantes pra nossa sociedade.
É aqui que termos como "moreno" e "café com leite" são usados pra se referir a pessoas pardas ou negras de tom claro, camuflando suas etnias e tonando a inserção na sociedade bem mais "aceita".
O segundo problema é dentro da própria comunidade negra e se relaciona muito com esse "passe livre" que aquelas de pele menos escura aparentam ter no mundo. Essa maior aceitação gera uma rivalidade entre os considerados mais próximos à raça branca e aqueles que não são, já que estampa toda a injustiça e o racismo que a gente ainda vivencia como sociedade.
E isso faz muito sentido, pois "aceitar" apenas parcela de uma raça por ela se parecer com aquela que, desde sempre, dominou e explorou as demais, ainda é o mesmo que discriminar toda uma comunidade.
Por isso mesmo, é tão complexo — e até problemático — a gente tentar colocar os tons de pele numa única definição, além de ser muito importante separarmos o conceito de cor da questão da raça: independentemente de ser mais clara ou mais escura, se a pessoa se identifica como afrodescendente ou qualquer outra etnia, ela é.
E depois de todo esse debate sobre colorismo ainda precisamos falar sobre as pessoas amarelas. Na escala de tons de pele usada mundialmente, elas nem são incluídas, o que explicita ainda mais o racismo silencioso sofrido por essa comunidade que é constantemente excluída dos debates de cor, etnia e raça. Nem preciso falar que os cuidados com a pele amarela são ainda mais ignorados dentro do conteúdo ocidental, né? Foi só recentemente, com a crescente da cultura coreana no mudo, que começamos a olhar mais pra essas pessoas.
A escala Monk Skin Tone (MST) é o futuro?
Em 2022, o Google apresentou uma nova forma de identificar os tons de pele pra tornar os mecanismos das Inteligências Artificiais (IA) mais inclusivos nas pesquisas de imagens. Durante o estudo, a equipe descobriu que os sistemas computacionais criados até o momento não entendiam peles mais escuras, reduzindo a inclusão delas em imagens e termos de busca.
Por isso, o MST foi criado pra ser um conjunto mais representativo de dados pro treinamento das IAs, assim elas conseguirão entender os diferentes tons de pele e apresentar resultados mais assertivos pras pesquisas. Por exemplo, se uma pessoa pesquisar por produtos de maquiagem no Google Imagens, ela poderá refinar seus resultados de busca de acordo com a escala, facilitando a busca pelo o que a pessoa está buscando.
Essa escala foi desenvolvida em cima da Fitzpatrick (sim, a que comentei no comecinho desse blog), só que ao invés de termos 6 tons de pele, na MST temos 10 que incluem não apenas peles negras mais retintas, como também peles amarelas. Apesar de o processo de aplicação dessa escala dentro da IA ainda estar em desenvolvimento, o Google já disponibilizou ela de forma pública pra que todo mundo possa usar em pesquisas e em desenvolvimento de novos produtos.
E depois de todo esse debate sobre colorismo ainda precisamos falar sobre as pessoas amarelas. Na escala de tons de pele usada mundialmente, elas nem são incluídas, o que explicita ainda mais o racismo silencioso sofrido por essa comunidade que é constantemente excluída dos debates de cor, etnia e raça. Nem preciso falar que os cuidados com a pele amarela são ainda mais ignorados dentro do conteúdo ocidental, né? Foi só recentemente, com a crescente da cultura coreana no mudo, que começamos a olhar mais pra essas pessoas.
Como descobrir a cor da sua pele?
A melhor forma de descobrir a sua cor de pele é consultando um dermatologista, que vai realizar os exames e as análises mais adequadas de pigmentação, sensibilidade à radiação ultravioleta e o quanto de melanina o seu corpo produz naturalmente.
Aliás, conversar com esse profissional é também uma ótima oportunidade pra você saber se a saúde da sua pele tá em dia, se ela precisa de cuidados mais reforçados ou se sua rotina de skincare precisa ser ajustada conforme as necessidades reais da sua pele. Por isso, na dúvida sempre marque uma consulta e converse com seu médico, tá bem?
Curtiu o conteúdo? Deixa seu comentário aqui e aproveite pra continuar descobrindo esse universo da pele conferindo meu post sobre rosácea, onde eu faço um raio-X completo dessa condição dermatológica. Nos vemos em breve!